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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Abandonar recém-nascido virou moda no Brasil?

Até parece que virou moda, quase todos os dias nos noticiários, acompanhamos a história de mães que abandonam seus bebês recém-nascidos em lixeiras, nas ruas ou pior ainda, os jogam em rios para que os inocentes não tenham chance alguma de sobrevivência.

Fico procurando explicações para tamanho absurdo, se é que existem. Quando olho para aquelas genitoras (pois não consigo chamá-las de mães) sinto um misto de raiva e pena. Raiva porque acredito que todos saibam que nenhuma mãe precisa criar a criança se não quiser, basta entregá-la no Juizado de Menores que as autoridades nem pedem explicações e essas crianças poderão viver em abrigos até serem adotadas (se tiverem sorte). E pena por que creio que ninguém pode dar o que não tem. Como será que foi a vida dessas pessoas? Será que tiveram amor e respeito dos pais? Será que seus direitos à educação, alimentação, saúde, moradia salubre foram e são garantidos? Pois uma coisa é certa, se as vidas dessas mulheres não tiveram nenhum valor, para elas, a de quem vai ter?
Daí surge aquele discurso moralista “Se não queria ter filhos, por que não evitou?”. Ah, tá! Beleza! Eu trabalho em um posto de saúde e conheço a dificuldade que os usuários têm para ter acesso à camisinhas e anticoncepcionais orais (os únicos métodos contraceptivos disponíveis, pelo menos onde trabalho) que nem sempre tem e quando tem, o interessado deve ser cadastrado no Programa de Saúde da Família. No entanto, esse cadastro só é possível se o morador residir em uma área coberta pelo programa.
Além do mais é obrigatório passar por uma consulta com a enfermeira que, aqui para nós, é um pouco difícil de agendar. Ufa! Para conseguir laqueadura então, é um Deus-nos-acuda! É mais fácil ganhar na Mega Sena da virada! E alguém ainda acha que a pessoa que vai encher a cara no final de semana vai esperar até mais de uma semana para pegar contraceptivos e poder dar aquela namorada tão desejada? Du-vi-do! Devem pensar “Se engravidar, depois vejo o que eu faço!”. E terminam fazendo esses absurdos que estamos habituados a ver.
Para mim é um círculo vicioso difícil de resolver. Infelizmente, enquanto nosso país não garantir os direitos constitucionais da nação e continuar não investindo como deveria em educação, saúde, habitação, boas creches e uma rede de apoio de qualidade para as gestantes será rotina assistirmos a crianças sendo abandonadas por “mães” que por sua vez continuarão sendo tão vítimas dessas desigualdades quanto seus pobres filhos.


Um comentário:

  1. Oi Luanda!
    Com certeza entendo todas as tuas dúvidas, também passei por isso!
    Julia é um nome lindo!
    Minha rotina tem sido puxada, nem tenho tempo pra ir ao banheiro,rsrs,cuido deles sozinha o marido ajuda a noite e nos fins de semana, não tenho babá, por questões financeiras estou me virando. Graças a Deus eles são bem tranquilos, quase não choram juntos,então dá pra equilibrar.
    Quanto a amamentação, só o Lucas pegou bem mas mesmo assim tenho que complentar com Mam a Julia é mais pequena e não está conseguindo sugar, ela até pegou algumas vezes fiquei super feliz mas agora ela não está mais querendo, acho que ela é meio preguiçosa, pois na mamadeira é mais fácil, continuo tentando pois quero muito que ela pegue. Eu sempre quis amamentar os dois só no peito mas é quase impossível, comigo não está dando certo, é muito frustrante não conseguir ainda mais com a cobrança a da sociedade e familiares...
    É tarefa díficil cuidar dos dois, quando termina um começa o outro e assim vai, mas ao mesmo tempo prazeroso!
    Agora posso dizer cuidar de um filho só é muito fácil!
    De Dois é puxado!
    Beijão qualquer dúvida dá um grito lá no blog ou por mail, jordaneferrari@hotmail.com
    Espero ter ajudado um pouco.

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